quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sobre Pinheirinho

Prezados camaradas!

Aproveitando minha viagem à São Paulo, precisei desenvolver algumas atividades profissionais em São José dos Campos, e depois de passar o dia todo pela cidade, admirando sua estrutura e desenvolvimento, fui ao distrito industrial Eldorado, nessa mesma cidade.
Ao aguardar, fui conversando com o vigilante da empresa, o qual ia me relatando os pontos positivos e negativos da cidade, e em dado momento, fiquei surpreso, ao saber que o Aglomerado do Pinheirinho, ficava ali, em São José dos Campos e mais ainda quando esse me disse que era a poucos metros daquele local em que estávamos, diante disso, ao finalizar meus afazeres, dei uma chegada até o local para ver com meus próprios olhos o que até então tinha visto a penas pela TV e jornais, confesso que fiquei surpreso e chocado ao ver o tamanho da comunidade, sua extensão, e ainda pior, até hoje, antigos moradores voltam ao local para tentar salvar restos de suas contruções, o que poderia ser aproveitado, tamanha a violência e abuso que foi registrado no local na semana passada.
Porém antes de deixar a conversa, como demonstrei muito interesse no assunto, o vigilante foi mais a fundo em seus relatos, dizendo que o ocorrido em Pinheirinho foi realmente uma barbárie e falta de respeito com o ser humano. Ainda, naquela comunidade moravam aproximadamente 3 mil famílias, onde existiam igrejas, escolas comunitárias, "biroscas" (vendas, bares) e outras construções, além é claro das moradias.
No dia do confronto, 2 mil policiais partiram pra cima dos moradores, usando de força física e suas armas, e no final o trágico desfecho onde foi tomadado o local, destruindo tudo que foi construído pelos moradores ao lo ngo de anos, bem como a dignidade dos mesmos.
Ainda, depois do confronto, 1 morador de Pinheirinho ainda continuava desaparecido.
Denúncias de abuso policial são remetidas à ONU por ONG's. O advogado Aristeu Pinto Neto, que defende as famílias desalojadas no bairro do Pinheirinho, ...
Uma audiência pública será realizada, nesta quarta-feira, dia 1º de fevereiro, para discutir a desocupação dos moradores do Pinheirinho, na Assembléia.

Rair Anício Jr - Secretário de Finanças do PCB 21 Ipatinga




Sob pressão, Cury antecipa auxílio a famílias desalojadas

 Reintegração de posse do Pinheirinho, abrigo destinados aos desabrigados do Pinheirinho

Marcelo Caltabiano

Pagamento de aluguel social a ex-moradores do Pinheirinho foi aprovado na manhã de ontem pela Câmara e sancionado horas depois pelo prefeito, permitindo a liberação dos primeiros 31 cheques no final da tarde

Beatriz Rosa
São José dos Campos

A Prefeitura de São José começou a distribuir ontem os primeiros cheques do aluguel social às famílias sem-teto expulsas da área do Pinheirinho, na zona sul da cidade.
As primeiras 31 famílias contempladas estavam abrigadas no poliesportivo do Jardim Morumbi, considerado o mais precário dos alojamentos municipais em razão da superlotação. Das 1.100 pessoas acolhidas pela prefeitura, 420 estavam neste abrigo até ontem.
Cada família recebeu um cheque de R$ 1.000, sendo uma parcela única de R$ 500 a título de auxílio mudança e outra de R$ 500 para o aluguel. O recebimento do benefício está condicionado à saída imediata dos abrigos da prefeitura.
A entrega dos cheques continua hoje. Segundo o secretário de Desenvolvimento Social João Francisco de Sawaia, o Kiko, outras 700 famílias já estão aptas a receber o aluguel.
São requisitos do programa que famíl ias possuam renda de até três salários mínimos (R$ 1.866), tenham se cadastrado na prefeitura e estejam alojadas nos abrigos ou na casa de parentes ou terceiros.
Ao todo, foram cadastradas 1.250 famílias. Os dados de todas elas estão sendo submetidos a uma triagem para verificar quais se enquadram no perfil social do programa.
Os sem-teto contemplados receberão o auxílio até ganharem novas moradias no programa habitacional.

Entrega do primeiro cheque auxílio-moradia para os ex-moradores do Pinheirinho
Foto:Claudio Capucho

Votação.O projeto de lei que liberou o auxílio-moradia para as famílias desalojadas tramitou em tempo recorde.
O texto foi aprovado em sessão extraordinária na manhã de ontem e sancionado pelo prefeito Eduardo Cury (PSDB) no final da tarde, pe rmitindo a liberação dos primeiros cheques minutos depois.
Uma emenda da bancada governista ampliou o benefício a famílias alojadas na casa de parentes. O texto original limitava o repasse aos alojados em abrigos municipais.
A emenda também garantiu que o benefício seja renovado até haja dê uma solução definitiva de moradia (por parte de qualquer uma das esferas de governo) às famílias.
Todas as oito emendas da bancada do PT foram rejeitadas, inclusive a que garantia transporte e vaga em escola para crianças do Pinheirinho.

Parceria.O valor do aluguel social será dividido entre Estado e prefeitura: o primeiro pagará R$ 400 mensais por família e o segundo complementará o valor com mais R$ 100.
O Estado liberou ontem R$ 1,040 à prefeitura para o início dos pagamentos.

RECOMEÇO
Sem-teto sonham com nova vida
São José dos Campos

Famílias beneficiadas pelo auxílio aluguel já projetam o recomeço de suas vidas.
O pedreiro Raimundo Silva Marques, 70 anos, conseguiu alugar dois cômodos. Ele deixou ontem o poliesportivo do Morumbi levando apenas a bicicleta e algumas roupas.
“Eu tinha medo de ficar na rua. O aluguel ajuda, mas a promessa é de nos dar uma casa”, afirmou.
A cabeleireira Fabiana Cristina da Silva Moura, também já tem destino certo para o cheque --uma casa alugada no Campo dos Alemães. Uma amiga foi avalista. É lá que ela espera recomeçar a vida com os filhos, Vitor Hugo de nove meses e Maximiliano, de 13.
“Meu salão era dentro do Pinheirinho e com meu trabalho eu me sustentava. Agora não tenho quase nada. Só consegui tirar o fogão, um botijão de gás e um colchão.”
O ajudante geral Osmar Soares do Nascimento, 38 anos, ainda não conseguiu alugar uma casa. E o dinheiro será usado para ajudar nas despesas da casa de sua sogra. “Vou para lá porque as crianças tem que voltar para a escola.”

Solução. Líder do movimento sem-teto, Valdir Martins, o Marrom, disse que o aluguel social é paliativo e que a luta do grupo é pela garantia da moradia.
“Está difícil alugar imóveis. A saída para o problema é a construção de moradias ou mesmo a doação de lotes para as famílias. As casas poderiam ser construídas em sistema de mutirão”, disse.

O ALUGUEL SOCIAL
Convênio
Aprovação
A Câmara de São José aprovou ontem por unanimidade convênio entre o Governo do Estado e a prefeitura para a concessão de aluguel social às famílias expulsas do Pinheirinho. Caberá ao Estado pagar R$ 400 por família e ao município complementar com R$ 100. A prefeitura liberou auxílio mudança no valor de R$ 500

Regras
Critérios
Serão beneficiadas com o aluguel social famílias sem teto do Pinheirinho cadastradas pela prefe itura, alojadas em abrigos ou na casa de parentes e com renda de até três salários mínimos (R$ 1.866). O pagamento será suspenso em caso de aumento da renda do beneficiário ou adesão a novas invasões

Benefício
Liberação
A liberação dos cheques está condicionada a saída imediata das famílias dos abrigos. O próximo cheque será liberado no dia 28 de fevereiro. A cada seis meses será feito o recadastramento das famílias

VOTAÇÃO
Sessão foi marcada por protestos
A liberação do aluguel social foi aprovada pela Câmara em uma sessão de mais de três horas, marcada por discussões acaloradas entre vereadores do governo e da oposição. O ponto alto foi um protesto de Tonhão Dutra (PT) contra a alimentação servida nos abrigos da prefeitura. Ele expôs no plenário um prato com o almoço das famílias sem-teto.

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