sexta-feira, 27 de abril de 2012

A Semana no Olhar Comunista - Uberaba

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Piau se deu mal
A semana começou na quinta (12), com a mesa-redonda sobre o Código Florestal promovida pelo Programa de Educação Tutorial - PET Ciências Sociais e da Natureza da UFTM. O debate contou com a participação de dois pesquisadores, especialistas em questões ambientais, e do deputado federal Paulo Piau (PMDB/MG), relator do projeto de lei que altera do Código Florestal.
Apinhado, o auditório veio abaixo em vaias quando o parlamentar adentrou ao recinto. Piau (foto) deixou claro nas suas intervenções que está a serviço dos interesses do agronegócio (veja mais no post abaixo) e que não vê problema algum em, sendo relator do Código, adimtir que sua campanha em 2010 foi financianda pelo mesmíssimo agronegócio (reveja matéria publicada na época).
O deputado não se intimidou diante dos questionamentos feitos pelos debatedores e pela plateia em geral, mas demonstrou uma marota ignorância sobre contradições latentes no projeto, saindo pela tangente ou simplesmente fugindo das perguntas.
Por sua vez, a UFTM demonstrou para quem quisesse ver qual é a função social da universidade pública, qual seja, além de ser gratuíta e de qualidade, produzir conhecimento a partir da elaboração crítica e do envolvimento com a realidade, com a vida vivida.
Pois bem, a imprensa local dedicou uma cobertura incapaz de reproduzir ou sintetizar o que de fato significou aquele momento. E foi além. Fez questão de registrar numa notinha seu descontentamento com as atitudes "desrespeitosas" da comunidade acadêmica, que lotou o Anfiteatro A da UFTM:
Vaias
Alunos da UFTM vaiaram o deputado Paulo Piau durante mesa-redonda, realizada na noite de quinta-feira, para debater o Código Florestal. Fora os gestos obscenos feitos pelos alunos. Atitudes totalmente imaturas e desrespeitosas, visto que a discussão é de extrema importância para o País. Inclusive, Paulo Piau é relator do projeto que será levado para votação do dia 24 de abril pela Câmara dos Deputados (veja a coluna na íntegra).
Totalmente absurda por privilegiar algo que nada tem a ver com o teor do debate realizado, a notinha é verdadeira em ao menos dois aspectos: 1) ao revelar o espanto de Piau e sua patota com a calorosa recepção; 2) ao confirmar que a vaia recebida por Piau foi mesmo digna de nota.
MST em Uberaba 
A guerra no campo segue sua marcha.
Na madrugada da última quarta (18), cerca de 80 famílias de trabalhadores sem terra tentaram ocupar a fazenda Inhumas, em Uberaba. A propriedade encontra-se em fase de arrendamento pela Usina Tijuco, a mesma que demanda a posse da fazenda Cravos, também no Triângulo Mineiro, onde recentemente foram assassinados três integrantes do MLST (reveja a Nota Política do PCB).
A tentativa de ocupação fracassou graças à intervenção policial, que transferiu para a delegacia em Uberaba as lideranças do movimento, ligadas ao MST. As 80 famílias também foram transferidas e permanecem acampadas na Praça Pio XII, no Gameleiras.
A edição de hoje do JM Online traz matéria sobre o assunto e a versão dos trabalhadores sobre o episóido. De acordo com Edvaldo Soares dos Santos, porta-voz das famílias acampadas no Gameleiras:
A Polícia Militar de Minas Gerais não respeitou o que o desembargador determinou. Com cachorros e armamentos pesados, nos fizeram sair de lá em poucos minutos. Já a nossa arma é a vontade de trabalhar. Por isso nossas manifestações são pacíficas. 
Segundo Edvaldo, o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, havia autorizado a permanência dos trabalhadores nas terras da Inhumas. Orientação desprezada pela Polícia Militar, que, em momentos com esse, exerce sua real função de força armada destinada à preservação da propriedade privada, haja o que houver.
No entanto, o próprio Edvaldo confirma que a luta continua: "não vamos desistir, pois causa indignação viver em um país onde tem tanta terra e a gente não pode possuir um pouco dela para produzir nosso sustento" (veja a matéria na íntegra).
Paralisação na UFTM
Docentes da UFTM cogitam aderir à paralisação nacional chamada pelo ANDES-SN para a próxima quarta (25). Para tanto, convocam a Associação dos Docentes da UFTM, seção local do ANDES, para participar do ato.
Num gesto pouco usual, são os docentes que chamam o sindicato à luta, aliás, sindicato cuja atuação mais parece a de um clube de amigos, com a organização de "happy hours" e confraternizações no Joquei Clube.
Os cortes crescentes promovidos pelo Governo Dilma, somados às insuficiências locais da universidade, gestam uma insatisfação coletiva que contamina cada vez mais os corredores e atividades da UFTM.
E os docentes da UFTM não estão sozinhos. Pipocam indicativos de greve por todo o país. Ontem mesmo foi a vez da UFPR confirmar o seu (veja matéria).
Resta saber como se portará a ADUFTM (veja os eixos da pauta nacional do ANDES).
Gramsci e hegemonia
Vale a pena conferir o texto de Ricardo Costa, publicado na página da Fundação Dinarco Reis.
O artigo Antônio Gramsci e a construção de uma nova hegemonia traz uma discussão interessante acerca da mobilização e da compreensão atual do conceito gramsciano, sendo bastante útil em cursos e debates de formação política.
Clique aqui para acessar o artigo na FDR ou aqui, para o arquivo em pdf.
Uberaba, 20 de abril de 2012
1922/2012 - 90 anos do PCB

terça-feira, 3 de abril de 2012

PCB Ipatinga e Intersindical repudiam demissões no Sistema Usiminas.

Esse deputado Boca Roxa do SINDIPA é muito cara de pau, tem coragem de falar que ainda não houve nenhuma demissão? Na sexta-feira, 30/03/12, foram demitidos quase 400 funcionários da Usiminas Mecânica e muito mais demissões virão. Ainda, conversa pra boi dormir, que grande parte dos demitidos da Usiminas Mecânica serão admitidos pela Usiminas. Ipatinga vai sentir e muito, mais esse grande golpe, claro, com o SINDIPA mais uma vez fazendo vista grossa.
Um fato que demonstra claramente a posição da atual diretoria, que na mesma sexta-feira, 30/03, enquanto os companheiros da INTERSINDICAL panfletavam nas portarias da Usiminas sobre as denúncias contra a mesma, o SINDIPA panfletava no mesmo dia propagandeando banco que faz empréstimos "generosos"aos necessitados, inclusive tendo uma sala dentro do próprio sindicato, "tudo para facilitar a vida do trabalhador". Também fazendo propaganda da "grande festa do trabalhador" que acontecerá no dia 1º de Maio, como se o trabalhador tivesse algo a ser comemorado.
O PCB Ipatinga juntamente com a Intersindical, vem a público repudiar contra ese "fascista", e vamos chamar a população de Ipatinga a fazer um boicote a essa "festa do trabalhador" no dia 1º de maio, em solidariedade aos companheiros demitidos do Sistema Usiminas!

O presidente do Sindicato conversou com a reportagem do DIÁRIO POPULAR e explicou quais foram os motivos alegados pela empresa para justificar a situação

Luiz Carlos Miranda disse que o Sindipa vai fazer todo o esforço para reduzir as injustiças (Crédito: Arquivo DP)

IPATINGA – De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa), cerca de 1.600 funcionários serão desligados da Usiminas Mecânica nos próximos dias. O presidente do Sindicato conversou com a reportagem do DIÁRIO POPULAR e explicou quais foram os motivos alegados pela empresa para justificar a situação. “Os gestores da Usiminas haviam mudado a forma de trabalho da empresa. Mudaram o processo de manutenção e operação que antes eram feitos juntos. As mudanças foram feitas com o intuito de poupar gastos e gerar uma economia, mas agora eles perceberam que os objetivos não foram alcançados e por isso alegam que as demissões serão necessárias”, contou Luiz Carlos.
Tanto o processo de manutenção quanto o de operação da Usiminas Mecânica eram realizados na Usiminas. Durante a gestão do antigo presidente Marco Antônio Castello Branco, o trabalho de manutenção foi direcionado à empresa Usiminas Mecânica. E segundo Luiz Carlos Miranda, a maioria dos funcionários que serão desligados serão readmitidos pela Usiminas. “Após quatro anos de mudança na forma de trabalho, os gestores perceberam que as mudanças não foram boas e decidiram voltar a fazer o trabalho da mesma forma que era feito antes. E para que isso seja feito, a empresa Usiminas vai recontratar alguns funcionários para continuarem realizando o trabalho de manutenção”, explicou o presidente do Sindipa.

DEMISSÕES
Aproximadamente 200 funcionários serão desligados da Usiminas Mecânica e não serão recontratados pela Usiminas. De acordo com Luiz Carlos Miranda, esses funcionários não serão reaproveitados porque os setores onde eles trabalhavam foram extintos. “Desse total de funcionários (1.600), cerca de 180 a 200 vão para a rua mesmo. Porque o setor de caldeiraria, por exemplo, não existe mais. Então não tem como a empresa recontratar todos os funcionários e essa parcela infelizmente vai ser demitida pela Usiminas Mecânica”, lamentou Luiz Carlos. De acordo com o Sindicato, ainda não aconteceu nenhuma demissão, mas as ações estão previstas para acontecerem no tempo máximo de quinze dias.

INCOMPETÊNCIA
O presidente do Sindipa culpou a antiga gestão da Usiminas pelas demissões. “Tudo isso que está acontecendo é um reflexo da irresponsabilidade e da incompetência dos gestores da Usiminas. Eles fizeram um teste e não surtiu efeito, agora os pais de família que não têm nada com isso serão prejudicados”, considerou o presidente do Sindipa.
Os funcionários que serão readmitidos vão ser recontratados pela Usiminas e por isso não é necessário que a empresa dê baixa na carteira de trabalho. Pois, segundo o Sindicato, as duas empresas têm o mesmo capital financeiro e por isso as recontratações são regulares.

AJUDA

Luiz Carlos Miranda informou que o Sindicato está trabalhando para tentar resolver as demissões junto à empresa. “A todo o momento que surgem problemas novos os funcionários nos acionam e vamos até a empresa tentar resolver. Estamos tentando ajudar da melhor forma possível para que os trabalhadores sofram a menor injustiça possível”, concluiu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga.