sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ipatinga e a década perdida

por Hamilton Gonzaga
15/10/2010 00:00

Em 2001 se inicia o terceiro mandato de Chico Ferramenta na prefeitura de Ipatinga, desanimado, abatido, deprimido, deixando a prefeitura à mercê de seus subordinados. Vários acontecimentos marcam negativamente o terceiro mandato do até então fenômeno político da cidade.
Depois de 16 anos de governo do PT, a população resolve experimentar algo novo, não queriam os alucinados sob efeito de alucinógenos no poder novamente. Surge então o fato novo, o novo político, Sebastião Quintão, com o discurso de demonização do PT e da nova ordem de honestidade e integridade na administração municipal. Ganha as eleições e cercado de aloprados "especialistas" em administração pública, com pouco trabalho e muita propaganda, com o aparelhamento do governo através da mídia, dos conselhos municipais, alocando ali, parentes e súditos para ter o "controle absoluto", é instaurada a política do ódio sob o discurso da fé, culminando com o naufrágio de suas pretensões de um novo mandato.
A população resolve então arriscar menos, ser conservadora, dar mais um voto de confiança ao ex-prefeito, dar um basta ao discurso vazio da experiência frustrada. O que a população não contava era com as meias verdades, não sabia das reais possibilidades de o candidato eleito não assumir o mandato.
A população é convocada a voltar às urnas novamente, está cansada, resolve manter no poder o prefeito interino, com o discurso da paz, da tranquilidade e da unidade. Passam-se dois anos, e o quadro é apenas mais do mesmo que vimos nos governos anteriores. Muito discurso, muita propaganda, muitos aloprados sob efeito de alucinógenos, à mercê dos subordinados, aparelhamento da mídia, sem conteúdo, sem políticas públicas definidas, ações que brotam dos interesses pessoais, políticos e econômicos.
Ah, mas tem uma diferença, a volta do tempo dos coronéis. Tem um que manda, que determina, que se deve obediência, mas e o prefeito? Obedece.
Dez anos perdidos, Ipatinga não é referência em mais nada. Na saúde, está sucateando o que um dia foi referência. Na educação, a cidade mais rica do Vale do Aço em nada difere das demais. No meio ambiente? Tudo é válido se rende votos, o parque Ipanema está um lixo, cheio de barracas mal cheirosas, ocupando a ciclovia e as calçadas. No desenvolvimento econômico? Só se for o de determinadas pessoas.
O que esperar dos dois anos restantes de um governo que não planeja, não pensa, que fica no discurso vazio, sem conteúdo e que reúne o que há de pior dos dois mandatos anteriores? É como um paciente num estado terminal, é esperar o dia certo para morrer ou por um milagre.

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